quinta-feira, 25 de junho de 2009

Hoje...noite de São João (24/06/2009)

Me perdoem a liberdade poética de algumas palavras neste poema...

Por que neste ano, não vou dançar forró como antigamente,
O sabor do milho será diferente sem a fogueira no quintal
Porque sem quadrilha no alpendentre da casa maior
O São João fica vazio, xôxu, “muchinho”...

Porque nem o forró da capitá eu vou aproveitar,
Nem xote, nem forró, nem o som da sanfona vou escutar...
Saudades do tempo de criança, de mocinha no sítio,
Da cidade, bandeirolas, sanfoneiro, quadrilha.

Falta da fogueira imponente, que reúne a família
Saudades de olhar para céu, e ver como ele é lindo
Mesmo sem balões, mas com as estrelas rindo

E mesmo bem tarde, quando a noite já vai
A atmosfera de forró logo diz: “é proibido cochilar”
Mas esse ano, nem serra, nem cariri e nem Sertão
Nem milho, nem cocada e nem quentão...
Saudades da família, da terra e da rede
Que embalava meus sonos, sonhos e esperanças...

Agora bem longe de casa, tão perto do nada
Ficam as saudades do tempo bão de menina,
Do leite quentinho ainda no currá,
Do som do berrante, do vento batendo nos galhos
Do açude tão longe e da brisa friinha da noite...

Ê tempo bão aquele de menina...