sábado, 19 de janeiro de 2008

Sonho x realidade (20/07/2005)


Doce brisa que me acariciava
aos poucos se transformava
num forte e frio vendaval

O céu que límpido me iluminava
aos poucos se transformava
numa obscura e tempestuosa abóboda celestial

O verde que me rodeava
ao vendaval ia cedendo
e o clima de medo
aos poucos me envolvendo

De repente um grande ruído
meus ouvidos se ensurdeceram
era um barulho jamais ouvido

que juntando-se ao clima totalmente inóspito
me despertaram um curiosidade
que aos poucos movia meu corpo
e excitava minha mocidade

Movimentos rápidos e repentinos
movidos apenas pelo instinto
me levaram ao alto da colina
pelo instinto curioso-faminto...


Então, na beira do abismo
Com os ouvidos ensurdecidos
Avistei a origem dos ruídos
Gigantescas e amedrontadoras
Numa cena completamente surreal
Vi voar nos céus, as grandes nadadoras

Totalmente petrificado
Curioso e amedrontado
Eu as vi flutuar no azul celestial
Pesada, leves, numa dança sem igual

Subiam aos ares duas imensas baleias
Será tudo um sonho,
Ou há nisso tudo um pouco de real?

Esta ilustração é de um amigo que faz desenhos lindos, um verdadeiro artista.


sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Tentando me entender... (29/07/2005)

Estrelas, por que tão distantes?
Felicidade, por que tão longe?
Esperança, por que tão distante?

Por que não consigo entender?
Ouço ruídos, que me parecem distantes;
procuro escutar, compreender...
porém, meus ouvidos continuam inatingíveis

Tristes lágrimas percorrem meu rosto
dolorosos espinhos perfuram meu coração
e nos meus lábios: um amargo gosto
da vida a solidão!

Rostos aparecem como borrões,
nos pensamentos, muitas imagens
tentam velozmente, aos milhões
recompor lembranças perdidas

É como se uma branca página
recebesse respingos de tinta desordenados
a formar desenhos borrados
numa tela incompreensível

Minha história
por que parece tão distante?
e as lembranças tão longe?
Por que a vida aparece distante,
turva, borrada, insignificante?

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Grandes amigas (11/06/2000)

"Sempre" e "unidas"
palavras essenciais da vida
"nunca" e "separadas"
palavras por nós descartadas

Amizade é algo necessário
envolve boa vontade
carinho, compreensão,sinceridade
e, acima de tudo, lealdade

Uma semente que precisa ser regada
e muito bem cuidada
senão cai no esquecimento
ficando ao relento

É algo coletivo
que é partilhado
para durar, aumentar
e se multiplicar

Não é algo que se cria
e que fica só na mente
é algo que se vive
é coisa que se sente

Você pode se enganar,
se decepcionar
Quem sabe seu amigo
não está em outro lugar?

Amizade não é coisa de Júpter,
nem de Marte
muito menos cresce em árvore
então não descarte
Viva e espalhe

Nosso mundo podia ser mais amigo
e todos bem acolhidos
com menos infelicidade
pois todos teriam amizade

Na viola de um repentista
não teria injustiça, discriminação
teria uma sociedade unida,
uma grande nação

Pode não parecer...
mas amizade é como acordar um dia
e levantar com a notícia
de que ganhou na loteria!

OBS: Este poema foi uma parceria com uma grande amiga, minha melhor amiga, nos tempos de escola: Camilla Carneiro de França

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Fases na vida (01/04/2004)

Há fases na vida em que até a alegria
nossa companheira inseparável
nos abandona, sem aviso prévil
nos deixando num mundo estéril

Esse mundo de onde não brota a vida
onde a doce brisa perdeu seu sabor
onde a brincalhona criança perdeu o amor
onde a natureza não tem mais valor

São nessas fases que nos encontramos
e que percebemos nosso egocentrismo
sentimos vergonha de nós mesmos
e queremos nos jogar no abismo

Tudo parece frio, gelado nossas mãos,
nosso rosto pálido nossa felicidade: esgotada
não há mais vida,
só restam lágrimas

As lágrimas do desespero
que chegam ao abismo infindo
encharcando meus cabelos e matando,
não meu corpo, minha alma,esfacelando,
desmanchando, corroendo, se consumindo...

Soneto da consciência (08/01/2005)

Temos sido algumas vezes
irrespondivelmente parasitas
indesculpavelmente arrogantes
inescrupulosamente ridículos

Somos nós, seres humanos mesquinhos
inaceitavelmente invejosos
insaciavelmente predadores
que destruímos, deterioramos

O meio ambiente no qual pisamos
grita, chora, sofre, clama, agoniza
nós, hipócritas, cegamente surdos

Estupidamente, nós ignoramos
gritos, apelos, de uma natureza
frágil, que aos poucos vai se esgotando

Vendo a chuva se aproximar (13/01/2008)

Pensei que eu estivesse esquecido
que o vento estivesse levado
até a poeira do que passou...

Ah, coração maldito!
Por que dispara ao te ver sorrir?
Por que acelere ao encontrar teus olhos?
Por que derrete ao te ouvir?

Pensando e agora analisando...
eu sempre tenho evitado
percorrer aquele caminho
parece que até as pedras do calçamento
ou os carros no cruzamento
me fazem lembrar você

Por que até os poemas
que escolho, tem um pedaço de você
e enquanto eu os digito
revivo, tudo que passou

Quantas fotografias esquecidas
discussões por elas vividas
lembranças distantes
e um coração palpitante...

"Pronto, gata"
palavras ditas no impulso
meio à informações em avulso
e recebidos com tanto carinho...calor...

Instalar, desinstalar, formatar
Por que não é assim o amar?
Me perguntei algumas vezes
vendo a chuva se aproximar...

domingo, 13 de janeiro de 2008

Perdoe-me (23/05/2005)

Perdoe-me se eu não soube compartilhar,
se meu coração não conseguiu expressar
seus sentimento na intensidade de seus batimentos.

Perdão se o escuro me amedronta,
se tenho fobias que me fogem ao controle.
Perdoe-me o silencio que sai dos meus lábios,
pelo calor de meus beijos perdidos...

Perdão se a noite resolveu encurtar
e a chuva molhar minhas esperanças.
Perdoe-me por eu estar vivendo um sonho,
do qual, eu desejo nunca mais despertar

Perdão por me perder em seu sorriso,
por ansiar seus abraços e calar,
por querer apenas do teu lado estar
e nele permanecer a noite toda.

Perdoe-me por seguir regras demais,
por não conseguir demonstrar o que sinto,
pelas verdades não ditas, por sentimentos ocultos,
pelo meu medo de ser ferida
meu receio de ser machucada
pelo amor...

Paixão Proibida (16/07/2004)

Às vezes temo que descubras
tenho medo de deixar transparecer:
meus doces e sinceros sentimentos.
Quando estamos juntos, meu coração flutua
sinto meus pés em singelas nuvens.

Tenho vontade de contarte
mas coragem me falta
Temo a não correspondência
medo de acabar tão bela amizade
nossa relação de confidentes irmãos.

As pessoas maldam nossa intimidade,
a inocência que temos um com o outro
saímos abraçados,
dançamos, trocamos carinhos e palavras de amor
pena que em mim, tal situação,
fez florescer um novo sentimento
algo mais forte que a amizade
um sentimento avassalador
que tomou conta, dominou meu coração
de puro e doce amor!

Dar tempo ao tempo, à poesia (2006)

Não sei porque penso
que você me faz
escrever versos
sentir coisas
de que não sou capaz...

Não sei porque parece
que você estimula
minha criatividade
povoa minha emoção
inunda meu pensamento
e me deixa com saudades
você sabe...

Tudo faz ver um sentimento
misterioso, afetuoso,
se o mistério faz parte do amor.
Que cara ele tem?

Apenas a emoção
na face estampada
na paixão compartilhada
no amor sentido...

Ou no desejo desfeito
nos corpos distanciados
na falta que faz...

Imagens do espelho
que não se desfaz
que não se pode enganar...

Ardor que induz
o ímpeto do encontro
o encanto da paixão
o beijo que seduz

Nas multicaras que possui,
nas multicores que tem
e o prisma parece tocar o rosto
iluminar o corpo
de maneira total

Muito mais que amigos
muito menos que amantes
semelhantes
inteligentes

Na busca do eu
lá está você
lindo e determinado
sonho derramado
vontade de querer mais

Quando será que vou te encontrar
tocar sua mão
e saber do pouco que é meu
e dar tempo ao encanto
ao canto
dar tempo ao romance
à poesia
de sentí-la em sintonia
com desejos
abraços e carícias
muitos beijos....

Quem sabe se tenha tempo
de encontrar o outro,
ficar feliz
nem que seja pela notícia
de saber um pouco mais
e se der...
deixa ver
tocar o coração e abraçar

Se por acaso chorar
não ligue não
é a felicidade de te encontrar
é a saudade que me comia o peito
corroia a alma
a vontade de te amar
e o clímax para alcançar
nem que seja pelo olhar...

sábado, 12 de janeiro de 2008

Minha querida (2005)

Não...jamais partirei
te deixando a "ver navios",
nem te deixarei
para trás, assim, sozinha

Oh! Doce menina
teus olhos contentes
não merecem encherem-se
das lágrimas dormentes

Seu eu precisar te deixar
e bem longe de ti ficar
notícias mandarei
e sempre quererei
ouvir de ti, alegrias, risos...

Estarei sempre a perguntar
se o vento continua a perturbar
teus morenos lindos cabelos
e a acariciar tua pele, querida

Vou querer saber de ti
e do que se passa ao teu redor
Notícias tuas esperarei,
e se elas não chegarem, ligarei

Andarilho como sou
por certo irei partir,
mas te deixar...abandonar,
é coisa que não hei de permitir

Amo-te, alegre menina
guardo sempre teu sorriso
e na euforia da matina
é tua voz que ouço dizer: Bom dia!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Poeta de repente (nov/2007)

Senti-me exatamente como você
quando meus olhos penetraram
em cada letra da mensagem
e aos poucos enxergaram
o que transmitias, miragem

Não quis acreditar no que lia
mas no íntimo, me senti feliz
li exatamente o que eu quis
ouvir, várias vezes esta semana

Logo você, que dizia não saber expressar
em versos rimados, sentimentos,
surgiu poeta de repente, a formar
versos tão tristes, traduzindo momentos

Um lado de mim era dor
o outro, contentamento,
como podia conviver em mim
uma antítese sentimento?

"É o estar sem estar,
é o ser sem ser".
Eu diria ficar, mas não permanecer...
é o sofrimento que faz crescer
e na tristeza, florescer
os mais belos versos
os mais lindos repentes
foi no descontentamento que vi nascer
um poeta de repente!

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Por que não percebi os sinais de Deus? (nov/2007)

Eu já estava um pouco atrasada
Parecia que tudo me impedia de chegar
Podia ter ligado, desmarcado
Teria sido melhor, me poupar

A lua iluminava cada gota do mar
Que parecia falar, sussurrar
Enchendo-me de esperança
De que você pudesse ainda voltar

Não percebi os sinais de Deus
Me avisando pra desistir
Percebi teus sinais
Convencendo-me a não insistir

Mas a conversa era inevitável
A coragem foi indo embora
O sangue parecia ter deixado meu corpo
Gelei, o coração congelou, parou a hora

Um momento, sem que o tempo corresse
Parei de respirar
Ao ouvir você dizer
Que não queria mais voltar

Podemos ser amigos ainda...
Será que eu ouvia direito?
Voltei-me para dentro, doía
E ao som do mar chorei por inteiro

Por dentro fiquei corroída
As lágrimas pareciam ácido
Dilaceravam-me por dentro
E você parecia tão plácido

Ah, tempo insano!
Decisões erradas tão rápidas
Orgulho ferido...
Esperanças perdidas

Se o tempo voltasse
E arrependimento matasse
Era com uma lápide que ias falar agora
Ah, se eu não te amasse

Seria mais fácil
Menos doloroso
Teria menos choro
Menos sofrer

Por que todo lugar me lembra você?
E em cada sorriso procuro o seu
Aquele que me iluminou tanto tempo
E que ao vê-lo hoje...
Me entristeci por não tê-lo pra mim
Por saber que minhas esperanças teriam fim