segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Odeio não te odiar (24/11/2008)

"Odeio o jeito como você me olha,
parecendo me desnudar,
odeio como sorrir e me faz sorrir,
odeio quando não está presente" (Afrodythy)


Sair para distrair, achei que fosse isso e só.
Você olhou no relógio tantas vezes, parecia querer ir
Comentou dos passeios, dos antigos e novos amigos
Falou saudosista do passado e pensou no porvir

A noite estava ótima, nem quente nem fria,
Acompanhei por segundos o movimento dos teus lábios
A música de fundo que tocava me envolvia
E me desnorteava com o som da tua voz

Relembraste momentos, mas que pareciam tão próximos...

Odeio ter que fazer poesias, para dizer o que não digo pessoalmente,
Odeio fazer tantos versos - um conjunto - que você não verá,
Odeio quando saímos e me encanto só por ali estar
Odeio estar junto de você e muito te desejar
Odeio quando você me abraça, só longe dos olhares
Odeio sentir que você que me esconde das pessoas
Ou como dá desculpas e eu burra acredito
Odeio como você me faz ver estrelas,
Ou como me enfeitiça com o seu sorriso...
Odeio me sentir num cenário medieval
E sonhar com você as noites, um sonho sempre igual
Odeio como as palavras surgem sem rimar
Ou como me inspiras e me fazes suspirar
Mas a coisa que eu mais odeio
É tentar de odiar por tudo isso
E não conseguir, nem por um instante te odiar...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Distância (18/09/2008)

D or que consome minha alma
I nstante gravando na mente
S entimentos que agora me lembram o passado
T empo que vivi contigo e somente
A legrias, tristezas que dividimos
N a saúde e na doença, tu juraste
C olocando uma aliança e sorrindo
I nfinito, era o amor que me juraste, mas que
A cabou tão rapidamente

sábado, 6 de setembro de 2008

O que me faz feliz??? (06/09/2008)

Com o post passado surgiu uma reflexão por parte de um dos leitores deste bolg e grande amigo meu sobre o que nos faz felizes...voltando a ver poemas em frases soltas, escrevi este poema, simples, mas que traduz o que me faz ser feliz!!!

Se escrever me faz feliz
quero estar com papel e lápis
até o fim dos meus dias...
sentindo nas folhas o meu viver

Mas o que de fato me faz feliz?
Andar no meio do asfalto molhado,
observar o movimento mar, calado
curtindo cada onda, cada ruído
sentir o cheiro de terra
depois que a chuva toca cada pétala (de uma flor)

Acompanhar o movimento do girassol
a procura da luz que vem nos avisar,
que mais um dia nasceu
que temos que despertar,
dar bom dia e viver...

Estar enrolada no lençol
deitada na cama, ouvindo o som
do vento a bater nas janelas,
entrar na casa e me arrepiar

Escrever poemas sem rimas
lê-los, rir, e me divertir
com composições malucas
sonhos impossíveis
borboletas num jardim
o som do tamborim
a imitar um coração apaixonado...

Andar de pedalinho num parque
fazer piquenique ao som dos pássaros
planejar programas de índio
e achar que aquele foi
o melhor passeio do mundo...

Voar sobre as rodas de um patins
de um lado o asfalto
do outro areia e mar
na frente pessoas
internamente, adrenalina

Montar um esquema de férias
tendo no cronograma:
organizar guarda-roupa;
mudar a posição da cama;
comprar uma lista de livros;
visitar um museo antigo;
ver filmes bobos e chorar em todos!

O som do motor de um caminhão roncando
passarinhos na minha janela cantando...
o barulho de talheres sendo lavados na cozinha
o cheirinho da sopa da vovozinha
os coqueiros dançando, enquanto a chuva
quase os arranca com um vento serelepe...

O que te faz feliz?
uma criança sorrindo
uma boa notícia chegando
pegar uma carta nos correios
e acreditar que tem gente, como você,
que ainda se comunica assim...

Receber uma flor roubada de um jardim,
comer um pedaço enorme de quindim,
sentar no sofá abraçadinho pra ver tevê...
olhar o blog e tentar visualizar frases de um poema
achar a solução de um problema,
que pairava por um tempo na sua mente...

Sentar na cadeira de um salão
pedir pra fazer pé e mão,
uma mulher precisa cuidar de si...
Sentar em frente ao computador
e só sair quando tiver terminado
aquela planilha gigante, que te economizará um tempão...

Repensar a organização das prateleiras
visitar um prédio, ainda em construção...
Achar um dinheiro perdido no bolso
ganhar um super desconto...

O que me faz feliz é ter tempo
de curtir cada momento
fazer escolhas acertadas
largar tudo por um sonhos
realizar planos e comemorar conquistas
arquitetar uma loucura
estudar, trabalhar e sorrir...

domingo, 31 de agosto de 2008

Saudades dos tempos de poesia (31/08/2008)

Tem tanto tempo que não posto nenhuma linha, ou rima...
Tenho estado envolta a tantas atribuições,
Tenho estado envolta a tantas responsabilidades,
Tenho estado envolta a tantos problemas,
que deixei de lado a magia da poesia...

Tive tantos momentos que me renderiam
linhas e linhas num papel...mas que pelo tempo,
ou falta dele, não lembrei que eles se perderiam
que se embolassem na passagem do vento

Tantas alegrias e tristezas
conquistas e angústias
fechei meus olhos à beleza
que as letras teciam numa folha branca

Cada letra como uma nota musical
que dava sentido à uma vida turbulenta
sem orquesta e sem maestro
fui seguindo a viver no desalento

Sonhei certa noite estar amarrada à um ponteiro
veloz e sagaz de um relógio de parede...
acho que é a compulsão pelo jargão moderno:
"Tempo é dinheiro", que tem me deixado assim...

Se este poema vai rimar ou não,
só saberei no final. Me perdoem a pouca inspiração
é o adiantar das horas e as responsabilidades
que não me permitem mais a criação...

Saudades do meu tempo de poesia,
saudades do cotidiano com magia...
saudades dos suspiros que geravam rimas,
dos sonhos que criavam a minha vida!!!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Coisas de namorados (10/08/2000)

Sei que é difícil
mas existe um indício
de infelicidade entre nós
Que antes tão apaixonados

Precisamos de um tempo
ouvir/sentir o vento
para realmente
entendermos o amor

Com o tempo
a gente vai amadurecer
e assim fazer renascer
a nossa paixão

Quero que haja
afeto, confiança,
amizade e a esperança
de sermos felizes!!!

terça-feira, 6 de maio de 2008

aproximação de um dia marcante...

Com o dia das mães tão próximo, fiquei um pouco nostálgica, relembrando meus tempos de menina, de criança, quando eu acordava bem cedo e ficava andando na ponta dos pés com a minha irmã, de um lado pro outro da cozinha, preparando um café da manhã bem gostoso pra mamãe...até me vem agora o cheirinho de pão assado, de suco de laranja recém preparado.
Depois que os anos foram se passando foi ficando impossível acordar antes dela, preparar o café, antes que ela chegasse na cozinha e estragasse toda a surpresa...Parece que, apesar da importância dela em nossas vidas, esse dia vai perdendo o seu encanto...e virando sinônimo de almoço no domingo, com a família reunida e mais nada. Não se tem mais os bilhetinhos colados no espelho de banheiro, ou na televisão, no guarda-roupa e em todos os móveis que ficam no caminhos entre o quarto dela e a porta da cozinha. Sinto falta da magia que esse dia representava, da preocupação que ele gerava, da correria silenciosa pela manhã, e até mesmo da noite de pouco sono, para que todos os bilhetes pudessem ser colados a tempo!
Às vezes eu queria voltar no tempo, só neste dia, para curtir aquelas 24 horas mágicas, que fazia o coração palpitar de alegria...de ansiedade para ver as lágrimas de emoção nos olhos dela e aquele sorriso mágico, que parecia espantar qualquer tristeza, qualquer preocupação ou problema que puder existir...um sorriso que me falta hoje em dia...não sei se por falta minha como filha, ou pela perda da magia com o passar dos anos...

domingo, 4 de maio de 2008

Releitura do poema anterior!

Sei que este post não segue a proposta de poesia, à qual todos estão acostumados. Mas por sugestão de um amigo decidi escrever em prosa, como um conto, ou uma crônica do poema anterior. Espero que gostem. Valeu pela idéia viu Michel?



Diversos motivos e responsabilidades me fizeram passar a noite em claro, escrevendo produzindo o que eu pensava ser ciência, mas que me decepcionou muito ao receber a resposta sobre o trabalho no final daquele dia...Não vou mentir dizendo que não fechei os olhos em nenhum momento aquela noite, na verdade pisquei bastante e cochilei uma hora apenas tentando revigorar as energias.
Amanhecia, e na verdade o sol já estava alto no céu quando decidi dormir. O corpo já gritava e eu tive que ceder ao cansaço...deitar na cama e finalmente dormir...um sono mágico, esperado que levou aproximadamente 4 horas, talvez fosse o suficiente para revigorar as energias depois de uma simples noite sem dormir, mas eu já vinha de dias dormindo muito pouco depois de dias de trabalho intenso, que começavam às 5 da manhã para que às 5:40h eu estivesse no ponto de ônibus em direção às integração, onde eu chegava correndo para o ônibus das 6h, que por sinal ia cheio, lotada...eu ficava pensando como é que cabia tanta gente...até me atrasar um dia e pegar o ônibus das 6:20h, para este a melhor descrição: inferno!!! Chegava no trabalho tomava café, num ambiente, digamos, pouco confortável para nós mulheres e seguia para o dia interminável de treinamento, que acabava por ser prazeroso, diante do todo que eu vivenciava e das informações absorvidas...pegava o ônibus de volta (aquele cuja descrição era inferno) em direção à integração, onde pegava outro ônibus e seguia para casa. Trajeto que me parecia seguro até o dia de hoje, 29 de Abril de 2008.
Depois das 4horas de sono acordei muito triste, com algo ruim no coração e o corpo ainda cansado, em estado sonolento. Almocei rapidamente o que veio no prato, peguei bolsa, caderno e segui para a integração. Como a hora já se adiantava, minha mãe decidiu me dar uma carona, até a integração. Até pensou em me deixar no trabalho, mas decidimos em conjunto (uma decisão muito ruim) que não tinha necessidade. Cheguei na integração com o ônibus já na plataforma, corri pensando em achar um lugar no qual eu pudesse sentar e esperar os 40 minutos até chegar no trabalho. Naquele horário (12horas) o ônibus seguia quase vazio, e no caminho não subia muita gente no ônibus!
Depois de metade dos trabalhadores descerem do ônibus (vale uma explicação: esse ônibus segue para o distrito industrial, logo seus usuários são trabalhadores de fábrica, professoras de pequenas escolas das redondezas e moradores daquela região). O ônibus ficou quase vazio, estimei 15 pessoas no máximo. Foi quando o pesadelo começou... Dois rapazes se levantaram e anunciaram o assalto, não consigo me lembrar em que momento eles subiram, acho que foi na integração mesmo. Um pulou a roleta e abordou o motorista e o outro com um saco preto e uma arma se dirigiu ao corredor, abordando cada passageiro. As imagens passavam em câmera lenta... Cada segundo parecia uma eternidade. Eu vi os movimentos, ouvi barulhos de moedas caindo no chão e muitos murmurinhos que emanavam medo, tensão, apreensão. Mas era como se eu não estivesse lá, participando, mas de longe só observando, até que uma voz mais próxima me fez acordar:
- "Passa a carteira"
Aquele pesadelo que eu observava, era a realidade na qual eu mergulhava. A ficha caiu depois de tantas moedas já terem caído no chão metálico do ônibus. Agi, pensando pouco, mas o suficiente para salvar documentos e o cartão de passes estudantis. Eu não tinha carteira, mas entreguei o que a voz sugeria, e que eu entendi como sendo dinheiro. Em uma fração de segundos, desceram do ônibus: sonhos, o pagamento do aluguel, a feira da semana, a segurança, a identidade de trabalhadores, mães, jovens...todos dentro de um saco preto, que seguiu em mãos que também seguravam o poder de fogo, um instrumento capaz de decidir entre a vida e a morte, separando-as por um gatilho.Fiquei com as mãos trêmulas e os olhos fixos num horizonte, que não parecia ter tanta beleza e que estava embaçado pelos olhos cheios de lágrimas. Naquele instante parei, a mente parou, segurei o choro, até que o ônibus parou num local que me era familiar, desci no trabalho, passei pela portaria e não mais segurei o choro... Nem crachá eu achava mais, passei pela portaria, enxugando as lágrimas, não podia me desequilibrar, tinha que ser forte, afinal ainda tinha metade do dia de treinamento. Segui sonolenta, assustada e concentrada em segurar as lágrimas que corriam por dentro da minha alma. Fui abordada pelo pessoal do RH, com feições preocupadas, eu devia estar pálida mesmo... Balbuciei algumas palavras e fui prontamente atendida: um enorme copo de água com açúcar. Sentei, relatei o ocorrido, e agora as lágrimas caíam sem barreiras.

Cruzar barreiras geográficas traz alguns aspectos desagradáveis, seguir através de territórios inóspitos traz o risco nunca agradável. Participar de um universo tão diverso, pode trazer experiências não só tristes, mas que marcarão nossas histórias, nossas mentes e nossos corações. Mas agora só me resta equilíbrio, porque amanhã vou seguir meu itinerário diário, entrar no mesmo ônibus, dia após dia!

sábado, 3 de maio de 2008

Sonhos, segurança...seguiram num saco preto! (29/04/2008)

Só queria dividir com vocês o que passei esta semana...

As imagens passando em câmera lenta...
cada segundo como uma eternidade,
os movimentos, barulhos, gritos.
Era como se eu não estivesse lá, participando,
mas de longe só observando,
até que uma voz mais próxima me fez acordar:
- "Passa a carteira"
Aquele pesadelo que eu observava,
era a realidade na qual eu mergulhava...
Agi, pensando pouco, eu não tinha carteira,
mas entreguei o que a voz sugeria.
Em uma fração de segundos, desceram do ônibus:
sonhos, o pagamento do aluguel, a feira da semana,
a segurança, a identidade de trabalhadores,
mães, jovens...todos dentro de um saco preto,
que seguiu em mãos que também seguravam
o poder de fogo, um instrumento capaz
de decidir entre a vida e a morte,
separando-as por um gatilho.
Fiquei com as mãos trêmulas
e os olhos fixos num horizonte,
que não parecia ter tanta beleza
e que estava embaçado
pelos olhos cheios de lágrimas.
Naquele instante parei, a mente parou,
balbuciei algumas palavras e fui prontamente atendida:
um enorme copo de água com açúcar.

Cruzar barreiras traz alguns aspectos desagradáveis, seguir através de territórios inóspitos traz o risco nunca agradável. Participar de um universo tão diverso pode trazer experiências não só tristes, mas que marcarão nossas histórias, nossas mentes e nossos corações. Aquele que nos acompanha é forte, ágil, porém cauteloso. Protege nossas mentes, corpos e espíritos.

domingo, 20 de abril de 2008

Um dia poetisa...não mais (20/08/2006)











Queria eu conhecer as palavras
como eu antes as conhecia,
e usá-las, brincando com cada significado,
como eu antes fazia.

Descrever como outrora em letras trêmulas,
palavras soltas, conexas, desconexas...
o que eu sinto...o que sentia...

Se antes, eu escrevia tanto
agora, pelo passar do tempo,
do acelerado ponteiro do relógio,
ou pela preocupação cotidiana
a inspiração, o canto
e a melodia me abandonam...

sábado, 12 de abril de 2008

Através do espelho (12/10/2000)

Às vezes eu penso,
me recolho num canto
me afundo no silêncio
cultivando meu pranto...

Da maioria das vezes
acho que não sirvo
que sou uma inútil
e fujo por meses.

Esses meses
costumam ser frios,
escuro e sombrios.
Cada dia parece uma eternidade

Às vezes tento imaginar
um jeito do espelho atravessar.
Mas ele continua lá
superfície plana, a me fitar.

Penso que lá há um mundo
escondido...oculto...
E um dia eu descobrirei,
e o espelho será, para mim, um portal
e assim a alegria encontrarei!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Desejo (19/02/2000)

Estava no cinema hoje e de repente me veio ao pensamento
uma estrofe de um antigo poema...fiquei tentando lembrar
do resto, mas ele não me veio na íntegra, acabei esquecendo,
foi então que sentada na frente do computador ele veio novamente.
Folheei meu velho caderno de poemas e o encontrei!

Como desejo
estar perto de ti novamente
provar do teu beijo
mesmo que só por um instante

Doce lembrança...
sei que ainda não me esqueceste
e ainda tenho a esperança
de te encontrar

Foi bom enquanto durou
mas é aqui que me encontro
do jeito que você deixou:
te esperando!

Desejo viver tudo denovo
só que diferente
um amor novo
Por que não recomeçar?

terça-feira, 8 de abril de 2008

Inocente criança (23/03/2000)


Estava voltando pra casa essa semana e ví um garoto empinando uma pipa, a felicidade dele contagiava, foi aí que lembrei deste poema, pensei em moficá-lo, mas optei por escrevê-lo conforme o original, tendo um garotinho a empinar pipa sob a ótica de uma garotinha a escrever poesia.



A praia estava
como sempre ensolarada
recheada de crianças
empinando suas pipas.

Pipas enormes
maiores que elas,
coloridas e belas.
Mas as crianças
não estavam satisfeitas...

dentre elas, um menino destacava,
não era rico, não era nada,
era apenas um pobre garotinho
sujinho de graxa.

Com mão comandava uma pequena pipa
tão pequena quanto ele
feita de sacos plásticos
era tudo reciclado,

mas não era isso
que o fazia brilhar.
Era o seu jeito
singelo de pilotar.

O garotinho corria...
e entre todas as pipas
a dele era a mais límpida
e simplesmente o menino estava feliz

domingo, 6 de abril de 2008

Um singelo pedido (16/03/2008)


Conectada...tentando imprimir
Algo que comprovasse!
Várias janelas a surgir,
Mas ao ver a sua me chamando
E o recebimento da mensagem confirmando,
O coração explodiu

Mandei, na madrugada, uma declaração,
Tentativa final de chegar
Lá dentro do teu coração
Uma pergunta: como te ajudo?
O que posso fazer por você?
Aceitar meu pedido de namoro
seria um ótimo começo eu diria...
Coração palpitante, cansado de meias palavras,
se prendendo a todas as brechas
que você, propositalmente, deixou.

É com você que tenho sonhado,
e quase todas as noites também acordado.
É você que me invade o pensamento,
que me acelera o coração
mas é por mim, que algumas vezes sou sofrimento...

...por ter ouvido demais
Pensado pouco e agido inconsequentemente...
Um desejo...(apenas um, bem timidamente)
voltei-me ao coração.
Decidi ouvir cada batida,
foi então que tomei coragem
e mandei a mensagem.
Resolvi me entregar aos sentimentos
e era seu nome que ecoava
em cada um dos batimentos,
até quando o telefone, eu pegava
era seu número que eu discava
sem querer... (maldito inconsciente)

Então, depois de muito pensar!
Aí vai o meu desejo (tímido, cheio de medo)
Se o tenho por direito
e posso pedir qualquer coisa
Que será, como mágica, feito!

Portanto eu desejo tê-lo como namorado,
(concordo que é um desejo arriscado)
Sei que não será como antes
E que ainda tenho que te reconquistar
mas, tenha convicto, que de mim
amor não faltará!

segunda-feira, 31 de março de 2008

Tristeza (04/04/2001)


há uma tristeza infinda em seus olhos...
uma tristeza que penetrou minh’alma
que calou meu riso, deixando-me triste.
(Rocha e Almeida, 2006)











Ouvir Baixo, porém ecoante
aquele som se repetiu
várias vezes no meu coração
que já se partiu


Jamais tentarei denovo,
não quero novamente provar
o gosto amargo da experiência
que não tentou, mas conseguiu machucar.

Tudo fechou-se
aos meus olhos tristes
que não vêem mais a alegria
e não têm mais a harmonia
que prevalecia em meus olhos de menina

Tudo está sufocado
minha voz não grita,
chora ou esperneia...
só tenta, sem êxito
expressar meus sentimentos

O que antes era luz
agora é escuridão.
O que antes se sentia
agora é vazio, imensidão
opaca, oca, gelada, solidão...

Essa tristeza apenas me motiva
a escrever para sempre
a colocar no papel a minha dor
a transformar lágrimas em tinta
e do vazio criar: poesia!

sábado, 29 de março de 2008

No outono (07/06/2001)


"Sou nas primeiras manhãs de céu encoberto,
as árvores despojando-se de véus esvoaçantes na aragem...
Esquece o Verão insensato em que não fui.
Procura-me no Outono."

(Washington Maguetas)


Sentir que o vento sopra,
notar que as folhas caem,
perceber que as noites esfriam,
ver que o amor contagia,
vendo que na nossa vida
ele só traz alegria!

É o outono, chegando depois do verão
acalmando a todos, desde o coração,
até a forma de falar, de pensar

Amigos, se divertem felizes
nos campos cobertos de folhas.
O clima esfria
deixando um ar de paz,
um sentimento de alegria.

A alma influi mais
a razão já não fala tanto
e nunca mais escuta-se
aquele triste pranto...

O pranto do sofrimento
da dor, do desamor.
E vendo seu rosto
que sempre chega no outono
minha vida ganha um doce gosto:
O gosto do amor!

domingo, 16 de março de 2008

Do oceano, uma gota (10/03/2008)


Sempre vivi sob esse intenso azul
Envolto pela malha aquática
Da qual eu reconhecia todas as manias
De cada peixe, mesmo dinâmica ou estática.
Bastava um olhar - mentes em sintonia
Mas algo me começou a faltar
Uma gota, talvez, que acabara de evaporar

Inquietei-me e decidi procurar
Larguei do mar e ao céu me lancei
Pensando na gota - felicidade a alcançar.
Onde estaria agora, em que parte do céu?

Senti o vento, caminhei pelas nuvens
Mas aquela alegria de viver
Que eu procurei e não encontrei
Nem na suave brisa, que doce veio me envolver...
Me restou saudade...

Saudade do oceano, que tanto amei
E que tanto me acolheu
Das ondas, tempestades, turbulências.
Senti saudades do que foi meu,
Das calmarias, da imensidão...
Era a intensidade e a profundidade
Que moviam meu coração
E o mistério, que despertava em mim o amor.

Chorei...E a chuva levou minhas lágrimas
Queria eu agora ser gota
Para que o oceano me aceitasse
Queria fazer parte do ciclo
Para que como água, eu retornasse
Para os encantos desse amor

Às vezes aprendemos observando
Às vezes é necessário treino,
Em outras só aprendemos errando.
Já aprendi, você perdoa?
Me toma de volta, querido infinito
Me absorve nessas correntes
Rápidas, seguras e tão quentes...
Me envolve permanentemente
Para que eu veja na imensidão
Tão profunda e misteriosa, o teu coração.

domingo, 9 de março de 2008

Luckers: leitores silenciosos (09/03/2008)

Luckers...amigos invisíveis
companheiros, sabem de tudo
observam seus posts incríveis
olham,olham...emudecem

Falta de confiança na internet
Preguiça de escrever, talvez...
Contribuir? Acho não desta vez
leio, gosto, fecho a janela
vou embora, num rápido click

Decidem não ouvir apelos dela
"Comentem, quero ouvir opiniões"
os luckers simplesmente olham"
Não permitindo exposições!

Platéia muda,
nada de participação,
olhos que atentos
jamais me deixarão...

talvez nunca permitirão
ser conhecidos
mesmo ouvindo pedidos
um comentário jamais farão!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

O inesquecível inebriante (24/02/2008)

Não vou mais usar pretextos
pra te ver, ou pra contigo falar;
Achei estar acabado, sentimento extinto,
mas como falar isso tendo um coração a disparar?

Resolvi ligar e provar para mim mesma
que o som da tua voz não causaria efeito,
que eu não sofreria com o não, após o convite feito
e que desligaria contente e esqueceria...

Mas estando aqui no paraíso,
e tendo você constante em meus pensamentos,
reativando sentimentos, protagonizando meus sonhos,
e eu não querendo acordar só pra sentir seus encantos

Percebo porque gostei tanto do girassol
é porque tive em você cada raio de sol,
a força motriz que guiava meus passos,
a alegria e a vida que aliviava meu cansaço

Mesmo no sonho você não cedeu
custo acreditar que quem você beija não sou eu
ou que sua memória apagou
cada suspiro, ou vestígio de quem tanto te amou...

Talvez não te mereça novamente,
mas quem consegue convencer um coração apaixonado,
de desistir do que o faz palpitante,
apertado de saudade do inebriante?

Quantas viagens planejamos e idealizamos
e até com o casamento eu sonhei
me deixa reconstruir nosso castelo de areia
no qual , desastrada como sou, esbarrei...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Procuro néctar, recebo espinhos... (01/02/2005)

Já procurei o néctar
Mas daqui só vejo espinhos...
Na doce brisa vejo voar
Suaves grãos de pólen
Queria ser abelha
Para o doce mel provar
Mas nas asas dessa dor
Não tenho flor para repousar
Ou néctar pra me alimentar...
Espinhos...a me perfurar
Rudes e doloridos como o amor

As caricias que não tenho
Os afagos que não sinto
Os beijos que não recebo
Os carinhos que me faltam

As paixões...proibidas...
O amor não consentido...
A alegria retirada...
A felicidade recolhida...
...ao coração triste e vazio!

Um coração pesado de tanta dor
Um coração carente do verdadeiro amor
Um coração denso de sofrimento
Um coração afogado no esquecimento

Procuro incansavelmente néctar
Mas é em frente à barreira de espinhos
Que me encontro em prantos
Olho...a ausência de caminhos
Mas procuro na dor encantos...
Vejo...sofrimento, desafeto, solidão...

sábado, 19 de janeiro de 2008

Sonho x realidade (20/07/2005)


Doce brisa que me acariciava
aos poucos se transformava
num forte e frio vendaval

O céu que límpido me iluminava
aos poucos se transformava
numa obscura e tempestuosa abóboda celestial

O verde que me rodeava
ao vendaval ia cedendo
e o clima de medo
aos poucos me envolvendo

De repente um grande ruído
meus ouvidos se ensurdeceram
era um barulho jamais ouvido

que juntando-se ao clima totalmente inóspito
me despertaram um curiosidade
que aos poucos movia meu corpo
e excitava minha mocidade

Movimentos rápidos e repentinos
movidos apenas pelo instinto
me levaram ao alto da colina
pelo instinto curioso-faminto...


Então, na beira do abismo
Com os ouvidos ensurdecidos
Avistei a origem dos ruídos
Gigantescas e amedrontadoras
Numa cena completamente surreal
Vi voar nos céus, as grandes nadadoras

Totalmente petrificado
Curioso e amedrontado
Eu as vi flutuar no azul celestial
Pesada, leves, numa dança sem igual

Subiam aos ares duas imensas baleias
Será tudo um sonho,
Ou há nisso tudo um pouco de real?

Esta ilustração é de um amigo que faz desenhos lindos, um verdadeiro artista.


sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Tentando me entender... (29/07/2005)

Estrelas, por que tão distantes?
Felicidade, por que tão longe?
Esperança, por que tão distante?

Por que não consigo entender?
Ouço ruídos, que me parecem distantes;
procuro escutar, compreender...
porém, meus ouvidos continuam inatingíveis

Tristes lágrimas percorrem meu rosto
dolorosos espinhos perfuram meu coração
e nos meus lábios: um amargo gosto
da vida a solidão!

Rostos aparecem como borrões,
nos pensamentos, muitas imagens
tentam velozmente, aos milhões
recompor lembranças perdidas

É como se uma branca página
recebesse respingos de tinta desordenados
a formar desenhos borrados
numa tela incompreensível

Minha história
por que parece tão distante?
e as lembranças tão longe?
Por que a vida aparece distante,
turva, borrada, insignificante?

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Grandes amigas (11/06/2000)

"Sempre" e "unidas"
palavras essenciais da vida
"nunca" e "separadas"
palavras por nós descartadas

Amizade é algo necessário
envolve boa vontade
carinho, compreensão,sinceridade
e, acima de tudo, lealdade

Uma semente que precisa ser regada
e muito bem cuidada
senão cai no esquecimento
ficando ao relento

É algo coletivo
que é partilhado
para durar, aumentar
e se multiplicar

Não é algo que se cria
e que fica só na mente
é algo que se vive
é coisa que se sente

Você pode se enganar,
se decepcionar
Quem sabe seu amigo
não está em outro lugar?

Amizade não é coisa de Júpter,
nem de Marte
muito menos cresce em árvore
então não descarte
Viva e espalhe

Nosso mundo podia ser mais amigo
e todos bem acolhidos
com menos infelicidade
pois todos teriam amizade

Na viola de um repentista
não teria injustiça, discriminação
teria uma sociedade unida,
uma grande nação

Pode não parecer...
mas amizade é como acordar um dia
e levantar com a notícia
de que ganhou na loteria!

OBS: Este poema foi uma parceria com uma grande amiga, minha melhor amiga, nos tempos de escola: Camilla Carneiro de França

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Fases na vida (01/04/2004)

Há fases na vida em que até a alegria
nossa companheira inseparável
nos abandona, sem aviso prévil
nos deixando num mundo estéril

Esse mundo de onde não brota a vida
onde a doce brisa perdeu seu sabor
onde a brincalhona criança perdeu o amor
onde a natureza não tem mais valor

São nessas fases que nos encontramos
e que percebemos nosso egocentrismo
sentimos vergonha de nós mesmos
e queremos nos jogar no abismo

Tudo parece frio, gelado nossas mãos,
nosso rosto pálido nossa felicidade: esgotada
não há mais vida,
só restam lágrimas

As lágrimas do desespero
que chegam ao abismo infindo
encharcando meus cabelos e matando,
não meu corpo, minha alma,esfacelando,
desmanchando, corroendo, se consumindo...

Soneto da consciência (08/01/2005)

Temos sido algumas vezes
irrespondivelmente parasitas
indesculpavelmente arrogantes
inescrupulosamente ridículos

Somos nós, seres humanos mesquinhos
inaceitavelmente invejosos
insaciavelmente predadores
que destruímos, deterioramos

O meio ambiente no qual pisamos
grita, chora, sofre, clama, agoniza
nós, hipócritas, cegamente surdos

Estupidamente, nós ignoramos
gritos, apelos, de uma natureza
frágil, que aos poucos vai se esgotando

Vendo a chuva se aproximar (13/01/2008)

Pensei que eu estivesse esquecido
que o vento estivesse levado
até a poeira do que passou...

Ah, coração maldito!
Por que dispara ao te ver sorrir?
Por que acelere ao encontrar teus olhos?
Por que derrete ao te ouvir?

Pensando e agora analisando...
eu sempre tenho evitado
percorrer aquele caminho
parece que até as pedras do calçamento
ou os carros no cruzamento
me fazem lembrar você

Por que até os poemas
que escolho, tem um pedaço de você
e enquanto eu os digito
revivo, tudo que passou

Quantas fotografias esquecidas
discussões por elas vividas
lembranças distantes
e um coração palpitante...

"Pronto, gata"
palavras ditas no impulso
meio à informações em avulso
e recebidos com tanto carinho...calor...

Instalar, desinstalar, formatar
Por que não é assim o amar?
Me perguntei algumas vezes
vendo a chuva se aproximar...

domingo, 13 de janeiro de 2008

Perdoe-me (23/05/2005)

Perdoe-me se eu não soube compartilhar,
se meu coração não conseguiu expressar
seus sentimento na intensidade de seus batimentos.

Perdão se o escuro me amedronta,
se tenho fobias que me fogem ao controle.
Perdoe-me o silencio que sai dos meus lábios,
pelo calor de meus beijos perdidos...

Perdão se a noite resolveu encurtar
e a chuva molhar minhas esperanças.
Perdoe-me por eu estar vivendo um sonho,
do qual, eu desejo nunca mais despertar

Perdão por me perder em seu sorriso,
por ansiar seus abraços e calar,
por querer apenas do teu lado estar
e nele permanecer a noite toda.

Perdoe-me por seguir regras demais,
por não conseguir demonstrar o que sinto,
pelas verdades não ditas, por sentimentos ocultos,
pelo meu medo de ser ferida
meu receio de ser machucada
pelo amor...

Paixão Proibida (16/07/2004)

Às vezes temo que descubras
tenho medo de deixar transparecer:
meus doces e sinceros sentimentos.
Quando estamos juntos, meu coração flutua
sinto meus pés em singelas nuvens.

Tenho vontade de contarte
mas coragem me falta
Temo a não correspondência
medo de acabar tão bela amizade
nossa relação de confidentes irmãos.

As pessoas maldam nossa intimidade,
a inocência que temos um com o outro
saímos abraçados,
dançamos, trocamos carinhos e palavras de amor
pena que em mim, tal situação,
fez florescer um novo sentimento
algo mais forte que a amizade
um sentimento avassalador
que tomou conta, dominou meu coração
de puro e doce amor!

Dar tempo ao tempo, à poesia (2006)

Não sei porque penso
que você me faz
escrever versos
sentir coisas
de que não sou capaz...

Não sei porque parece
que você estimula
minha criatividade
povoa minha emoção
inunda meu pensamento
e me deixa com saudades
você sabe...

Tudo faz ver um sentimento
misterioso, afetuoso,
se o mistério faz parte do amor.
Que cara ele tem?

Apenas a emoção
na face estampada
na paixão compartilhada
no amor sentido...

Ou no desejo desfeito
nos corpos distanciados
na falta que faz...

Imagens do espelho
que não se desfaz
que não se pode enganar...

Ardor que induz
o ímpeto do encontro
o encanto da paixão
o beijo que seduz

Nas multicaras que possui,
nas multicores que tem
e o prisma parece tocar o rosto
iluminar o corpo
de maneira total

Muito mais que amigos
muito menos que amantes
semelhantes
inteligentes

Na busca do eu
lá está você
lindo e determinado
sonho derramado
vontade de querer mais

Quando será que vou te encontrar
tocar sua mão
e saber do pouco que é meu
e dar tempo ao encanto
ao canto
dar tempo ao romance
à poesia
de sentí-la em sintonia
com desejos
abraços e carícias
muitos beijos....

Quem sabe se tenha tempo
de encontrar o outro,
ficar feliz
nem que seja pela notícia
de saber um pouco mais
e se der...
deixa ver
tocar o coração e abraçar

Se por acaso chorar
não ligue não
é a felicidade de te encontrar
é a saudade que me comia o peito
corroia a alma
a vontade de te amar
e o clímax para alcançar
nem que seja pelo olhar...

sábado, 12 de janeiro de 2008

Minha querida (2005)

Não...jamais partirei
te deixando a "ver navios",
nem te deixarei
para trás, assim, sozinha

Oh! Doce menina
teus olhos contentes
não merecem encherem-se
das lágrimas dormentes

Seu eu precisar te deixar
e bem longe de ti ficar
notícias mandarei
e sempre quererei
ouvir de ti, alegrias, risos...

Estarei sempre a perguntar
se o vento continua a perturbar
teus morenos lindos cabelos
e a acariciar tua pele, querida

Vou querer saber de ti
e do que se passa ao teu redor
Notícias tuas esperarei,
e se elas não chegarem, ligarei

Andarilho como sou
por certo irei partir,
mas te deixar...abandonar,
é coisa que não hei de permitir

Amo-te, alegre menina
guardo sempre teu sorriso
e na euforia da matina
é tua voz que ouço dizer: Bom dia!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Poeta de repente (nov/2007)

Senti-me exatamente como você
quando meus olhos penetraram
em cada letra da mensagem
e aos poucos enxergaram
o que transmitias, miragem

Não quis acreditar no que lia
mas no íntimo, me senti feliz
li exatamente o que eu quis
ouvir, várias vezes esta semana

Logo você, que dizia não saber expressar
em versos rimados, sentimentos,
surgiu poeta de repente, a formar
versos tão tristes, traduzindo momentos

Um lado de mim era dor
o outro, contentamento,
como podia conviver em mim
uma antítese sentimento?

"É o estar sem estar,
é o ser sem ser".
Eu diria ficar, mas não permanecer...
é o sofrimento que faz crescer
e na tristeza, florescer
os mais belos versos
os mais lindos repentes
foi no descontentamento que vi nascer
um poeta de repente!

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Por que não percebi os sinais de Deus? (nov/2007)

Eu já estava um pouco atrasada
Parecia que tudo me impedia de chegar
Podia ter ligado, desmarcado
Teria sido melhor, me poupar

A lua iluminava cada gota do mar
Que parecia falar, sussurrar
Enchendo-me de esperança
De que você pudesse ainda voltar

Não percebi os sinais de Deus
Me avisando pra desistir
Percebi teus sinais
Convencendo-me a não insistir

Mas a conversa era inevitável
A coragem foi indo embora
O sangue parecia ter deixado meu corpo
Gelei, o coração congelou, parou a hora

Um momento, sem que o tempo corresse
Parei de respirar
Ao ouvir você dizer
Que não queria mais voltar

Podemos ser amigos ainda...
Será que eu ouvia direito?
Voltei-me para dentro, doía
E ao som do mar chorei por inteiro

Por dentro fiquei corroída
As lágrimas pareciam ácido
Dilaceravam-me por dentro
E você parecia tão plácido

Ah, tempo insano!
Decisões erradas tão rápidas
Orgulho ferido...
Esperanças perdidas

Se o tempo voltasse
E arrependimento matasse
Era com uma lápide que ias falar agora
Ah, se eu não te amasse

Seria mais fácil
Menos doloroso
Teria menos choro
Menos sofrer

Por que todo lugar me lembra você?
E em cada sorriso procuro o seu
Aquele que me iluminou tanto tempo
E que ao vê-lo hoje...
Me entristeci por não tê-lo pra mim
Por saber que minhas esperanças teriam fim