domingo, 16 de março de 2008

Do oceano, uma gota (10/03/2008)


Sempre vivi sob esse intenso azul
Envolto pela malha aquática
Da qual eu reconhecia todas as manias
De cada peixe, mesmo dinâmica ou estática.
Bastava um olhar - mentes em sintonia
Mas algo me começou a faltar
Uma gota, talvez, que acabara de evaporar

Inquietei-me e decidi procurar
Larguei do mar e ao céu me lancei
Pensando na gota - felicidade a alcançar.
Onde estaria agora, em que parte do céu?

Senti o vento, caminhei pelas nuvens
Mas aquela alegria de viver
Que eu procurei e não encontrei
Nem na suave brisa, que doce veio me envolver...
Me restou saudade...

Saudade do oceano, que tanto amei
E que tanto me acolheu
Das ondas, tempestades, turbulências.
Senti saudades do que foi meu,
Das calmarias, da imensidão...
Era a intensidade e a profundidade
Que moviam meu coração
E o mistério, que despertava em mim o amor.

Chorei...E a chuva levou minhas lágrimas
Queria eu agora ser gota
Para que o oceano me aceitasse
Queria fazer parte do ciclo
Para que como água, eu retornasse
Para os encantos desse amor

Às vezes aprendemos observando
Às vezes é necessário treino,
Em outras só aprendemos errando.
Já aprendi, você perdoa?
Me toma de volta, querido infinito
Me absorve nessas correntes
Rápidas, seguras e tão quentes...
Me envolve permanentemente
Para que eu veja na imensidão
Tão profunda e misteriosa, o teu coração.

5 comentários:

Sara Barbosa disse...

Que bonito! Gostei desse, gostei mesmo!
Vc com seus poemas e eu com meus relatos do passado. Já estou bem á vontade com o mundo dos nostálgicos.

Bjin

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Lembro-me quando falastes deste poema a primeira vez, sei bem o q ele representa!
Parabéns pelo blog!

Anônimo disse...

muito legal esse poema...
é mais universal, da p se identificar facil c ele.
beijos Pati!

Unknown disse...

eita pathy...gostei do poema! vc escreve bem demais...:) vou visitar aqui constantemente.
beijão!
raissa